Doce sofrimento

Só tenho a borda do refugio

A porção maior é toda desamparo.

A noite cai abraçando escuridão

Precipícios me acolhem em seus braços

E me dão o doce cansaço.

Trocam bem por malefícios

E dizem não valer os sacrifícios.

As culpas são sempre minhas

E o cansaço é presente meu!

Onde estão milícias celestes

Os anjos com brancas vestes

O que tanto me fizeram acreditar

Que estavam aliadas a mim?

Como é dose o sofrimento

E terrível esse contentamento.

O prazer é tão ofensivo

Pecaminoso... desprezível.

Então nos apoiamos na inocência

De assumir toda acusação.

Dar a nós mesmos o peso da imensidão

Parece nos elevar até a salvação.

É fácil burlar alegria

Enaltecer melancolia.

Mas quem foi que disse que ser feliz é difícil

Penoso é conseguir viver sem coitadismo

A alegria é solta... abre portas.

É aterrorizante o que liberta

Então preferimos a cômoda prisão

Que a benfazeja libertação.

Isso tudo parece tão louco

Mas todos tem...

Mesmo que seja um pouco.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 09/06/2013
Código do texto: T4332486
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