Minha vida paralela.

Nos poucos anos que vivi, institui-me de que nada que se conquista aqui é solidificado, tudo é contingente. Meu interior debilitado é palco para sensações que não me apetecem de conhecimento, e os pensamentos? Ah! eles mudam a toda hora! São dúvidas acerca da morte, preocupações desgastantes e obsessões que não são possíveis de se depreender. E para quê? Se a vida é composta de surpresas, para que tantas esperanças? Se tudo é efêmero, por que não aproveitar? Mas as horas passam e meu peito aperta, nestas horas busco apoio de algo que não tenho competência, algo que não pode preencher o vão de meu cerne. Folheio as páginas de um vetusto livro em busca de distração, e é nele que encontro novas perspectivas, é dele que tenho o doce anseio de participar, é uma vida paralela, onde tudo parece tranquilo, ao contrário de minha realidade.