Até Quando?
Até quando irei ficar imaginando em não te ver quando o que mais penso
é te ter agora como quem vê a hora passar aguardando acontecer?
Até quando vou escrever a esperança e sobre o amor por sentir um dia aflorar teu beijo como a flor e o beija-flor no jardim confesso preparado pra nós dois?
Até quando um poeta consegue conter dentro de si a inspiração e não declarar o que vive e será pelas noites que saiu à rua pintar corações pelas calçadas da cidade?
Até quando ficarei nesse sonho quase realizado que, por assim dizer, aguardo ansioso olhar nos teus olhos novamente observando atenciosamente esse teu sorriso lindo?
Até quando vou ouvir falar de outro homem quando penso ser apenas eu
teu bem querer por mais que eu pense de um dia ter sido por completo teu?
Até quando vou alimentar esse carinho sem ao menos sentir de novo
tua voz, teu perfume, teu abraço, tuas mãos, teu calor, eu em ti?
Até quando serei egoísta de pensar em uma casa, em um carro, em um barco quandounicamente levarei comigo para os céus o conhecimento, o testemunho e meus amores?
Até quando deixarei de buscar as coisas simples e sagradas que é constituir uma família e proclamar o que já sei quando os dias andam agendados, vendidos mas não eternizados?
Até quando um homem aguenta saber que a mulher de seus sonhos está longe quando no fundo um simples olhar, um xêro prolongado e um ‘sim’ resolveria tudo?
Até quando irei sentir meu coração acelerar em frenesi quando estou no trabalho, quando no banho ao chegar em casa e ao deitar a cabeça no travesseiro a meia-noite?
Até quando ficarei sem uma frase se quer para o livro que iniciei a escrever de título ‘O Closet de Helena’, de capa branca, folhas suaves e letras um tanto douradas?
Até quando ficarei olhando tuas fotos salvas no computador tentando dizer a mim que seria incapaz de reconquistar teu amor em vez de amanhecer sempre ao teu lado?
Até quando minhas lágrimas irão insistir em meu rosto como um louco apaixonado ou um homem com amor eterno no peito prontinho a se entregar à sua amada?
Até quando esse mesmo homem irá sentir-se menos do que um pobre ser errante à sorte do mundo como que palavras ao vento ou um livro sem apreciador?
Até quando nós dois ficaremos pensando que um não deseja o outro
talvez por não telefonar ou se verem ou não se encontrarem aos Domingos?
Até quando o teu ‘talvez’ irá limitar eu te salvar da prisão onde foste parar tudo por causa de ‘um vidro’ sem cor, sem brilho, sem têmpera, sem marca?
Até quando irei quase desistir desse meu maior sonho de te fazer uma mulher feliz pelas vezes que não vieste quando eu mais precisava ao mesmo tempo que te encanto?
E, em fim, até quando os anjos irão ter a paciência de me segurar nos braços ao escapar das minhas mãos os dias que poderia te convencer que fui feito pra ti?
Até quando? Até quando? Até quando? Eu imploro à eternidade: até quando?