Trecho do meu segundo livro "Do jeito que a lua sorri"
-Narrado pela personagem Tiago.
Despejei um pouco de Uísque no copo e voltei lentamente para o quarto. Abri um pouco as cortinas e a luz azulada da lua invadiu a sacada refletindo certa paz através dos vidros. A imagem de Amanda rodopiava ao redor como milhões de flashes dourados, fazendo-me relembrar da época em que éramos felizes, em que namorávamos no sofá. As canções que musicavam nossa história tocavam em minha mente como se um rádio estivesse sido implantado em meio a nervos e neurônios. Ela estava presente, sempre. Não importava o que eu fizesse, ela estaria ali. No meio dos pensamentos, escondida, pronta para me fazer recordar. Muitas vezes isso me fazia desacreditar em um céu, um paraíso. Em Deus. Talvez as pessoas continuassem na terra, como espectros invisíveis, sussurrando seus pedidos de salvação. Quantas vezes ajoelhei ao lado do piano e pedi incessantemente para que ela fosse embora, pois eu não poderia fazer absolutamente nada. Relembrar alguém não é o mesmo que trazê-la de volta.