Sangue da Terra

Venho de uma terra árida

Caminhando por esse chão seco e quente

Há tanta gente, tanta gente...

Suor já não há mais,

Nem tampouco o vento

Um horizonte, um tormento, já não mais um acalento...

Se grito é de pavor, de sede, de desejo

Mas se me calo é porque me assustei comigo mesmo, com meu almejo

Meu silêncio se vai com o sangue que agora rega esta terra seca

Terra vermelha e viva, úmida e quente. Por seu encalço ainda passa muita gente, muita gente...

A noite cai, o calor se vai

Embora não haja vento, também não há tormento

Acalento?!

Sangue não há

Desejo e pavor se foram com o calor

Almejos e gritos, nem que eu os tente...já não há gente

Nos últimos passos o horizonte clareou,

Então pude ver...é só uma parede

Fecho os olhos e tudo que me resta...é sede.