Homofobia, Homossexualidade e Religião

Bem, sabe-se que ainda hoje a homossexualidade é discutida em toda parte do mundo; assim como é notável a posição da religião acerca da homoafetividade, e como a mesma desencadeia em seus fiéis sentimentos de ódio, repulsa e aversão aos demais seres humanos por causa da sua orientação sexual, ou melhor, por conta da sua identidade sexual. Segundo o Dep. Marco Feliciano e o Pr. Silas Malafaia a homossexualidade é uma doença e que deve ser curada; utiliza-se então uma forma de exorcização nas igrejas para converter esse homossexual ao comportamento heterossexual.

Como se não fosse o bastante a conversão dentro das Igrejas, o Sr. Feliciano elaborou um projeto de lei cunhado como "cura gay"; esse projeto tem como objetivo permitir o tratamento psicológico para a cura da homossexualidade, sendo que a mesma já não é mais tida enquanto um transtorno psiquiátrico desde 1973 pela Associação Americana de Psiquiatria; em 1975 pela Associação Americana de Psicologia; em 1985 pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia - Brasil) e em 1990 a OMS (Organização Mundial de Saúde) retirou definitivamente a homossexualidade do CID (Classificação Internacional de Doenças); logo, em 1999 o CFP estabeleceu no código de ética do psicólogo, resolução 01/1999 a proibição do tratamento psicológico em qualquer área de atuação do psicólogo, assim como o psicólogo também não pode participar de programas; conferências e afins que promovam o preconceito e a homofobia. Então eis a pergunta: se a homossexualidade não é mais tida como doença pela OMS, o que levou o Sr. Feliciano a criar um projeto de lei para curar a homossexualidade? Lembremos também o seguinte, o Dep. Marco é o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, onde essa questão faz-se pensar sobre a Anistia Internacional, que passou a considerar em 1991 a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos; em um raciocínio lógico, quem é o Marco Feliciano para ser presidente da CDHM?

Nota-se que muitas pessoas tem o mesmo pensamento que o Dep. Feliciano, e pode ser esse o motivo do mesmo continuar sendo o presidente; afinal segundo o terceiro livro da Bíblia, o livro Levítico, nenhum homem deverá ter relações com outro homem; Deus detesta isso. Utiliza-se então esse argumento, que se encontra em um livro de cunho religioso e que fora escrito para o povo de Israel há milhares de anos, para justificar o ódio que um fiel sente por um homem que ama um outro homem; ou uma mulher que ama outra mulher; foi Deus que falou, e se Deus falou assim faz-se o correto; essa é a ideia para os que detestam os homossexuais. Ainda no próprio livro de Levítico existe uma passagem muito interessante, encontrada no c.19.v.17;18 -" Não guarde ódio no coração contra o outro, mas corrija-o com franqueza para que você não acabe cometendo um pecado por causa dele. Não se vingue, nem guarde ódio de alguém, mas ame-o assim como você se ama. Eu sou o Senhor". Percebe-se que até em Levítico já se falava no amor ao próximo, o que é muito importante; é certo que na passagem é falado sobre a correção, mas como corrigir a homossexualidade? matando e xingando o homossexual? tentando curá-lo? ou aceitando-o enquanto ser humano e não como um heterossexual, homossexual, transsexual ou bissexual? Eis ai uma questão a ser pensada.

Para finalizar, é muito visível nas redes sociais uma frase que é necessário uma melhor atenção, que é a ideia da homossexualidade enquanto uma moda; será mesmo que ser "gay" está na moda? Levanta-se então um novo questionamento, o que leva uma pessoa achar que ser "gay" está na moda? grande repercussão da temática? ou o número de pessoas assumindo a sua identidade sexual? Em suma, perdoem-me os homossexuais, heterossexuais e afins, mas não creio em nenhum desses rótulos, pois quando penso em heterossexualidade, homossexualidade e afins esqueço-me do que há por trás desse rótulo: um ser humano, que assim como qualquer outro é único no palco da existência; que ama; que busca a felicidade; que chora; que ri; e que é diferente do outro. Essa é a ideia de ser humano: mais amor e menos rótulos; compartilhe.