Ser Dom Quixote em tempos modernos

Quando a vida objetiva alcança saturação, é possível reinventá-lo com o uso da imaginação.Esta força subjetiva produz beleza onde predomina a feiura, felicidade onde reside tristeza.Ela, porém, não é um jogo ilusório, e sim um exercício de posicionamento diante da realidade: recombinar os fatos, criando um novo olhar.

Ao longo dos anos, com menos tempo para a criação livre e o aparecimento progressivo de amarras sociais, tendemos a destruir o nosso afã imaginativo.Desprender-se dos bloqueios impostos pelo aspecto burocrático da vida e cercar-se de atividades que estimulam a criatividade são passos para a retomada da imaginação.

Quando somos levados a seguir padrões de pensamento e ação, os horizontes pessoais são reprimidos, afastando-nos de nossa sensibilidade individual.Em busca da aceitação, negligenciamos a particularidade.Tornamo-nos robôs, máquinas, cada vez menos humanas e mais práticas.Essa perda de espontaneidade gera ação sem emoção, realidade sem entusiasmo.

Imaginar é mais importante que saber, pois é ilimitado.Poetas, inventores, empresários e cientistas, por exemplo, só alcançaram seus feitos pois deram asas ao impulso imaginativo.Aqueles que o boicotaram, seguiram suas vidas mesquinhas e niilistas, à espera de uma luz norteadora.

No caso do personagem Dom Quixote, do livro homônimo, utiliza a imaginação para fazer ajustes na realidade maçante e penosa, transformando-a em aventuras excitantes.Na dose certa, ser imaginativo confere brilho ao corriqueiro.

Hoje, desafie-se a estimular a sua imaginação, vendo além do cotidiano, do banal.Transforme o comum em poesia.Trace planos sem limites, e adeque-os à realidade, mas permita-se o voo.Inspire-se, autorize o inédito.Utilize instrumentos subjetivos.Ser um pouco dom-quixotesco é um regalo à alma.

Giuliane Lorenzon
Enviado por Giuliane Lorenzon em 26/05/2013
Reeditado em 26/05/2013
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