MUNDO SEM ASAS

O mundo é apenas o que eu consigo ver,

O que consigo imaginar e entender, por isso o mundo é tão ruim

Não fosse isso e fosse eu ainda, aquele menino descalço

Que furtava amoras nos quintais

E era cortejado pelas estrelas

O mundo seria simplesmente belo

Porque eu teria paz

Porque eu não pensaria nele

Não procuraria entendê-lo

Nem gastaria minha imaginação com ele

Apenas sentiria frio, se frio fizesse

Sentiria calor, se calor fizesse

E dormiria quando estivesse cansado

Comeria quando tivesse fome

Minha consciência, então, sairia em minhas fezes

E eu aliviado, traria asas na minha alma

Capaz de me levar para longe de todas as coisas

Quando estas se acercassem de mim com suas ameaças

Todavia assim como sou,

Esta é a percepção do mundo que posso ter

Porque ninguém pode ser feliz com uma consciência

Que cobra reconhecimento e resultados

Que nunca se farta, que não morre

Quando um pássaro voa suave no céu

Eu sinto inveja de não mais ser como ele

De estar preso a esta fatalidade de pensar

De procurar respostas o tempo todo

Quando nem mesmo sei o porque das perguntas.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 25/05/2013
Reeditado em 09/02/2014
Código do texto: T4308099
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