RENASCIMENTO
Hoje eu não quero falar das tristezas que me assolam; das más lembranças que me assombram,
Das decepções que me venceram, das monstanhas que eu não removi, das muitas lágrimas que por aí deixei.
Não quero lembrar daquela palavra que disse em hora imprópria ou da palavra que preferí calar.
Quero esquecer dos amores que deixei morrer e daqueles que sequer deixei vingar !
Hoje eu não quero lembrar das lutas que eu perdi e daquelas que preferi negar.
Não quero escrever sobre a fragilidade da minha fé e da falta de força para eu amar.
Não; definitivamente, eu não quero que essa angústia vença nesse momento singular.
Quero a vida sem condição, a pergunta sem resposta, o ruido em meu silêncio, o fim do começo.
Desejo o não desejar, a vida na minha morte pulsar; os sonhos de novo em meu lugar.
Quero a glória da luta pretendida, mesmo daquela perdida e das muitas a alcançar.
Pretendo o verbo do acalento, do bom augúrio, do bom presságio; a luz do luar.
Quero calar sobre o que me aflige, sobre as esperas, as promessas, dos desditos e lidos.
Desejo o pleno, o vazio repleto de esperança, as dores salpicadas de melhora.
O doce sabor de um beijo imaginado, de um lindo sonho recortado; o ganho da loteria.
Hoje eu não pretendo morrer porque a minha vida renasce agora !