De repente a LIBERDADE transformou-se em LIBERTINAGEM...

MUITO se tem discutido sobre a relação entre duas palavras amplamente citadas em nosso esboço da exequível cidadania: LIBERDADE e LIMITE.

Há quem diga com “aura convicção” que ambas são diametralmente opostas e sem qualquer possibilidade de fusão ou uníssona conjugação. Será? Como associar conceitos aparentemente tão próximos, e ao mesmo tempo ditos ambíguos? Vou tentar...

Bem, para começar, a correta liberdade precisa conhecer seus limites para que seja exercida de um modo realmente salutar. Quando não se reconhecem limites, perde-se a verdadeira liberdade. Surge a libertinagem...

O libertino, ao contrário do ser verazmente livre, torna-se escravo de seus próprios anseios; marionete às mãos de seus desejos; mero fantoche à mercê de todas as suas vãs vontades.

Ser livre é, acima de tudo, saber até onde ir. É saber identificar a linha divisória entre o lúcido juízo prudente e o libidinoso desejo inconsequente...

É ser capaz de desfrutar sem, contudo, deixar de se controlar. É entender que a negação não significa reclusão quando se está em jogo a autopreservação.

Ser livre é conseguir discernir quando é tempo de avançar para realizar, e quando é tempo de recuar visando não se prejudicar. É ter aptidão para experimentar sensações, sem sacrificar virtudes...

Infelizmente, em nome da chamada "liberdade total", muitos nesta geração lançam-se cegamente sob o jugo da escravidão moral...

Nunca falou-se tanto em liberdade... E nunca produzimos numa única sociedade tantos "serviçais" da licenciosidade...