Alguns Minutos de Observação

Até onde se acredita no livre arbítrio? Pois você já pensou que lá no fundo, na verdade mesmo não existe essa de livre arbítrio e seja lá o que você acha que comanda ou faz por vontade própria, é enganação meu caro, é só uma pequena farsa que ninguém se faz interessado em ver nua e crua.

Eu sempre me pego estátua observando literalmente tudo que se faz ao meu redor, todos os detalhes e um trezentos e sessenta completo, sou bem atenta com as minuciosidades, mesmo que não demonstre em meu semblante ou em alguma situação, ação, é um truque que uso como arma de defesa, que não se vem muito ao caso.

É tão perceptível a quantidade de esperança que carregamos consigo e tão assustadora como ela é minúscula onde vivemos. Andamos tão depressa, comemos com uma veracidade e gula incrível, ensinamos mentiras e somos totalmente sem pudor ao praticar tudo que nos vem à cabeça tanto em estado “sóbrio” como alcoolizado ou em efeito do que quer que seja. Os caminhos são cheios de placas, indicações, comemos marcas e produzimos dinheiro que não chega nem um quarto à nossa mão na verdade. Nos cansamos rápido, o interesse pelo interessante já se foi há muito tempo, a praticidade é arrogante, a melodia não nos entra mais nos ouvidos tocando nosso coração. E simplesmente não nos incomodamos com isso.

Somos movidos pelo que vemos, independente se por dentro aquilo nos destrói ou está destruído, não importa, queremos o visual, o bonito, a carcaça e a humilhação de por fim das forças aquilo esteja conosco na hora que queremos, para ser usado como capricho para outras pessoas que já se deixaram levar pela mazela admirar e ver o quanto você é interessante, inutilmente falando. Os ecos que escuto são de sofrimento, tristeza, lágrimas e choramingado que se fazem no tardar da noite, quando tudo está a dormir e não precisa-se atuar. É lamentável, você dar-se sua própria sentença à essa maneira. O limite se encurtou, o “para sempre” se tornou “para até quando eu quiser”, e a mente foi presa por ousar exclamar-se sobre algo que lhe ia contra. Estamos acorrentados a essa ilusão, alucinados por algo totalmente traiçoeiro, que hoje te deixa no ápice de toda a luxúria e amanhã rir da sua cara por achar que seria seu por todo o sempre.

Deixamos subir para a cabeça todo o tipo de ''poder'' que nos vinha a frente, não pensamos mais duas vezes – e que venha para eu cair de cara mesmo -, não lamentamos, nem pedimos mais desculpas, simplesmente fazemos e saímos como se nada tivesse acontecido. E no fundo, por mais que tenha sido a coisa mais horrível que fizemos, lá no fundo nós gostamos, a crueldade nos deixa excitados, nos dá o poder, nos tira todo o medo e lamentação, só precisamos de uma pequena desculpa para chegarmos ao topo do temperamental. As desculpas corriqueiras que damos são ridículas, e sendo assim, vemos normalidade em todas as palavras.

Procuramos conhecer o outro, não para amá-lo, isso já não existe mais, estamos ali para nos fortalecer, sabendo dos seus segredos mais profundos, das suas fraquezas e desvantagens, porque sabemos que amanhã ou depois, usaremos contra ele para nos favorecer em alguma situação. Torturá-lo e tirar vantagem do que puder. Somos uma farsa, e eu sei que todos sabemos, carregamos a malícia conosco desde o começo deste mundo, nossos pensamentos são as armas mais destruidoras de toda a humanidade, e sentimos vigor nisso, nos entrelaçamos com essa malicia de tal forma que não queremos desfazer-se do pacto.

E continuando olhando essas pessoas passarem, as observando, e é hilário como toda a farsa está em sua frente, mas nenhuma delas se importam, os momentâneos fizeram-se eternos, clamor de pura idiotice para com a inteligencia vossa. Nunca sairemos dessa mediocridade. Isso realmente é revolucionário (ar irônico).

Waleska Manik
Enviado por Waleska Manik em 21/05/2013
Código do texto: T4302010
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