Sobre palavras, a boca e a alma...

Só se pode falar daquilo que se ouve ou se vê; as vezes, mas nem sempre do que se sente. Do que vejo e do que ouço, dizia o carpinteiro de Nazaré, que mesmo sendo Rei andou e serviu entre a multidão, se fazendo plebeu, servindo, humilde ( quer dizer pensando menos de/em si e pensando/agindo para o outro/próximo):

“ O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração“. (Lucas 6:45)

Ora, o coração que é referenciado nos Evangelhos e nas Escrituras, inspirada por DEUS à cada homem conforme sua relação com Ele, é uma linguagem simbólica que corresponde a alma – cerne da vida de cada indivíduo, existência pessoal, o sujeito.

Por sua vez indicava o rei Salomão: “ Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele prodecem as fontes da vida”. (Provérbios 4:23)

Assim, aquele que se mantêm vigilante naquilo que sai de sua boca, preserva a sua alma dos tormentos e angústias, dos sofrimentos.

Neste sentido, “ o que sai do homem, isso é o que contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que prodecem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem”. (Marcos 7:20/23)

Desta forma, pode-se relacionar a bipolaridade (dois pólos) da existência, do universo, da terra, da vida e da morte com as entradas que indicou Jesus Cristo e a boca.

Disse: “ Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela “. (Mateus 7:13/14)

As portas são na verdade o apego ou desapego às coisas deste mundo, mas indicam também a boca, pois “ o que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína”. (Provérbios 13:3)

Comumente, coisa dos antigos, ditado popular que caminha pelas ruas, é de que “a língua é o chicote do corpo”. Logo esta afirmação é digna de aceitação, haja vista que “ a morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”. (Provérbios 18:21)

Perde-se muito tempo ao maldizer o próximo, que na forma do outro sou eu mesmo ao meu lado, o reino de DEUS na terra que Cristo anunciou, refletido – imagem e semelhança ( da Essência de DEUS presente na totalidade da vida, imanente) e manifesta em singularidades ( inúmeras, variáveis e diferentes existências) nas pessoas, plantas, animais e tudo aquilo que o homem não pode criar e que está na natureza, ou seja, a própria Natureza.

Natureza esta que é Obra do Criador, o Único Juiz que um dia julgará vivos e mortos (que ressussitarão), por suas palavras e ações mediante a fé em Jesus Cristo, primogênito, seu Filho, nosso irmão.

Sendo assim, acautelêmo-nos e sejamos vigilantes naquilo que sai de nossa boca (porta da alma/coração) e o que pousa e faz ninho no pensamento, na mente.

Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Gálatas 5:14

A discrição do homem o torna longânimo; e sua glória é perdoar as injúrias.

Rei Salomão