AH, CASA MINHA!

Na manhã de 19 de maio de 2013

Ah, casa minha, minha casa! Não tivesse sido eu obrigada, compulsória, forçosamente, a ficar já há séculos, só dentro, só no interior das tuas paredes, de segunda a domingo, de janeiro a dezembro, horas, minutos, segundos, sem fuga já nem pelo pensamento, sem trégua alguma de ti nem descansos de mim... tivesse eu direito, por poucas horas que fosse, a algum outro espaço, para me esquecer, para me anestesiar um pouco, de ti, de mim, de todos, dos mundos perdidos, dos sonhos perdidos, - tantos, ah, só sonhos perdidos - com muita certeza, casa, eu sentiria saudades de ti, vontade de voltar para ti, para a “proteção” de teus muros; quem sabe, casa, se alguma liberdade de ser e de existir, de fato, ainda me houvesse restado, certamente, casa, nosso casamento até conseguisse ser um pouco feliz.

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