Treze de maio

Treze de Maio

Mª Gomes de Almeida

Não pude conter a nostalgia que gritou alto em meu peito hoje. Não pela negritude que carrego orgulhosamente no físico e na alma.

“ A Treze de maio na Cova da Iria, no céu aprece a virgem Maria...”

Cresci em uma comunidade chamada Nossa Senhora Aparecida. Lá eu fui batizada e recebi pela primeira vez Sacramento da Comunhão. Essa “Capelinha” foi construída por um Sr. vindo de Portugal conhecido na cidade por “Manel Português”. Nessa Igrejinha havia missas todas as terças-feiras e quem a abria para acolher os fiéis era o “Seu Manel Português.” Sempre que chegávamos lá estava ele cantando... “A treze de maio na Cova da Iria, no céu aparece a virgem Maria...”

Na época eu criança ainda não entendia e não questionava a respeito de ouvir sempre o mesmo cântico. Hoje, porém, penso sim, no pouco repertório do “seu Manel”, penso também na devoção a Nossa Senhora e agora que sei a história da aparição de Nossa Senhora em Fátima sei que era a saudade da terra natal que também gritava no peito do “seu Manel” .

Mudei da cidade. Soube que “seu Manel” já faleceu a um bom tempo e continuo a imaginar tamanha saudade ele levou consigo para o túmulo: saudade de Portugal, saudade de Fátima, saudade de Nossa Senhora...

Maria Gomes de Almeida
Enviado por Maria Gomes de Almeida em 13/05/2013
Reeditado em 13/05/2013
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