LIGUEI O BOTÃO

É isso, de repente, numa madrugada de horas contadas, para medicar o cãozinho tão frágil, nem dormi na preocupação de perder hora e num vira e volta na minha cama tão solitária, senti uma necessidade tão grande de escrever, muitos repetecos e lágrimas, uns engasgos no emocional da minha asma.

Cá estou com a caneta e o caderno que me acompanham por todos os cômodos do meu lar.

Liguei o botão da minha mente e o filme veio, numa sintonia tão forte com o meu coração. Não sei se choro, se penso, se tusso, se engasgo

ou desmorono de vez. Minhas feridas estão todas abertas, escondidas lá no fundo da boca do estômago.

Ai, como dói! Sinto algo mudar aqui dentro, algo de novo vai acontecer, eu sei, eu sinto, minhas estruturas chegam a tremer e não temo, apesar de estar tão frágil.

Regina Zamora

Revisado por Marcia Mattoso