Arrastões
Sou do tempo dos arrastões,
das redes lançadas ao mar,
Em busca do peixe para o alimento.
Pescadores entravam no mar
E arrastando a rede,
Puxavam até a beira-mar
E iam recolhendo oque haviam pescado;
Peixes, siris, camarões e sargaços, muitos sargaços,
Isto quando a maré não estava pra peixe.
As pessoas se juntavam na praia,
Com vasilhas nas mãos,
em busca do seu pescado .
Eram arrastões de amor,
arrastões de paz e de esperança;
Esperança de matar a fome,
Com qualquer punhado de siri ou camarão,
Resultado daquela pescaria.
Ao contrário de "outros arrastões",
Que atemorizam, matam e obrigam,
O homem a isolar-se
E viver amedrontado,
Com tudo e com todos
Que estão ao seu lado;
Ah que saudade dos velhos arrastões!
Onde a única reclamação que existia,
Entre alguns pescadores,
Eram os buracos na rede deixados
Por algum pau, no meio dos sargaços
Mas que era resolvido, com o concerto da rede
Por algum pescador.