Claustrofóbica
Claustrofóbica
Não me venham com argolas,
nem arestas, nem prisões,
nem gaiolas e nem definições.
Gosto de invadir cubículos naufragados
de meus neurônios e até de estardalhaços
de dúvidas que jamais tive,
gosto de sentir-lhes a tez.
Artista não gosta muito
(de
fazer
sentido)
embora busque sempre
(um sentido)
para os vulcões que sente,
para os incêndios frequentes
que lhes tomam os dedos
e até mesmo o soluço após uma obra
lhe é amigo das horas.
Tenho e sei que temos uma pele
em cujo meio corre muita coisa
além de sangue...
Tinta, nanquim, ilusões, whisky e verniz
Surrealismos e afins...enfim,
não me enclausurem pois sou claustrofóbica!
... além do mais, nem conseguiriam,
raramente estou no lugar onde me sento !!!
e mesmo meus olhos que vês, às vezes,
estão mesmo, é olhando para dentro.
Márcia Poesia de Sá.