Claustrofóbica

Claustrofóbica

Não me venham com argolas,

nem arestas, nem prisões,

nem gaiolas e nem definições.

Gosto de invadir cubículos naufragados

de meus neurônios e até de estardalhaços

de dúvidas que jamais tive,

gosto de sentir-lhes a tez.

Artista não gosta muito

(de

fazer

sentido)

embora busque sempre

(um sentido)

para os vulcões que sente,

para os incêndios frequentes

que lhes tomam os dedos

e até mesmo o soluço após uma obra

lhe é amigo das horas.

Tenho e sei que temos uma pele

em cujo meio corre muita coisa

além de sangue...

Tinta, nanquim, ilusões, whisky e verniz

Surrealismos e afins...enfim,

não me enclausurem pois sou claustrofóbica!

... além do mais, nem conseguiriam,

raramente estou no lugar onde me sento !!!

e mesmo meus olhos que vês, às vezes,

estão mesmo, é olhando para dentro.

Márcia Poesia de Sá.

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 08/05/2013
Reeditado em 26/01/2014
Código do texto: T4279772
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