ABALAVELMENTE
É sempre assim,
Quando meu coração se cala
E se tranca e não mais fala
Do complemento da alma
De outrem...
É sempre assim,
Quando a luz das estrelas
Brilha na gota d’uma lágrima
E a chuva tenta me tirar o sal
Da garganta...
Foi sempre assim,
Ao perceber meu coração
Inquieto e pedindo pr’eu viver
Tão lúcido e tão forte
E sem temor de nada mais...
É mesmo assim,
Quando a minha visão se turva
Ao mirar aquela curva
Da estrada, na despedida
Na encruzilhada...
Será sempre assim,
Como a um barco à deriva
Em um mar de tempestuosos dias...
Velas acesas por sobre o sol
Que já não mais irradia o meu dia,
Tão pouco, a minha alegria...
Foices podaram belos arrebóis...
Foi-se, pelas janelas, ouros de sóis...
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 07 de maio de 2013.