Os pecados de Sofia

Me enterneci naquela tarde,quando o vi passar de mãos dadas com seu filho,suas pegadas na areia tão suaves para trás ficavam e eu ali sentada esperando o rei sol se por.Ele não notou minha presença,foi melhor assim...

As lembranças foram fluindo e me vi naqueles dias bem passados em sua companhia. Tudo que mais queríamos era estar juntos,não importava onde nem quando.

As tardes eram poucas para tanto desejo de estar,os encontro as escondidas davam a excitação que a vida não tinha, chamava-mos o "nosso mundo" porque nele podíamos tudo. As palavras ditas,os beijos trocados a intimidade nunca partilhada com outro alguém...tudo aquilo foi vivido de forma intensa. Ainda consigo ouvir tua voz,sentir o cheiro que emanava da tua pele suada. Tua risada...soava bem,acalentava minha alma.Nunca fizemos promessas...nem precisava,nossa cumplicidade apenas no olhar nos fazia pensar na eternidade ou até num lar.

Até o dia que não mais apareci...

Diante de um cenário tão bonito que pecado pode haver?

Esta pergunta a mim fazia, quando estava só e sentia a saudade apertar...meu pecado foi nunca ter dito que tudo ia acabar um dia, a mesmice venceria a batalha do romance, e a razão me tomaria por certa dando a minha alma uma profunda solidão.Meu pecado foi nunca assumir para mim mesma que finalmente alguém eu amava.

Hoje as pegadas assim como as memórias são ternas na areia e devem ser apagadas na primeira onda que beija a praia,mais renasce uma vez mais quando por mim você passar.

De longe vou continuar te olhando... de longe. Porque sei que no fundo sabes que ali estou e quando por mim te sentes passar o melhor a ser feito é não olhar. Não sabes porque ficaste para trás e eu nunca saberei se a felicidade que estampas no teu rosto é a mesma que inventei e emoldurei no meu.

Vane Silva
Enviado por Vane Silva em 06/05/2013
Reeditado em 06/01/2014
Código do texto: T4276514
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