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Quando finalmente me acalmei deitei em minha cama, então comecei sentir a presença de alguém ao me lado com a respiração ofegante acompanhando a minha. O ser que estava ao meu lado tinha a respiração triste como se carrega se todas as almas dentro do corpo impedindo de reconhecer a sua própria, ele permaneceu ali madrugada a dentro.

Eu não consegui fechar os olhos, pois cada nota de sua respiração era um canto para a minha noite, tentei apenas compreender aquela companhia estranha. Quando finalmente quase no fim da noite depois de um abraço frio e apertado percebi que ele estava ali para me consolar da solidão: Como não compreendia sua alma, parou e observou a minha e em cada leitura sentiu enternecimento e a sua respiração era a minha aflição, então me dei conta que aquele não era o nosso primeiro encontro, fechei os olhos e adormeci calada.

Elisa Machado
Enviado por Elisa Machado em 05/05/2013
Reeditado em 07/05/2013
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