Impermanência...
Aqui onde tudo é passageiro
E a vida, um leve piscar de olhos;
Tudo o que construímos debaixo do sol
Dá voltas, e nos vira pelo avesso!!!
É meu amigo eu entendo:
Só os anos vividos entregam a sua sabedoria
Para quem quer nela repousar.
Os olhos que percorrem o mundo
E vai descobrindo seus segredos
Fica pasmo, e sem limites, corre o tempo-
Uma só vida não dá conta dos seus enredos.
Fique atento, tudo muda, a todo o momento!
Tira coisas e coloca outras no lugar.
Fique atento, tudo muda, a todo o momento,
Só não percebe quem se fecha no seu mundo particular.
Cada dia tem sua magia,
Em nossa busca não podemos nos acomodar.
Se ficarmos parados o mundo gira, e
Com certeza, vamos cair em algum lugar.
Vamos então girar, acompanhando a vida
Vamos dar a ela a nossa Luz,
Bem agora neste dia que começa e termina
Num piscar de olhos,
Encontro aqui, o teu olhar!!!
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IMPERMANÊNCIA - LEI DIVINA UNIVERSAL
A cada dia Deus recria o universo e reinventa suas criaturas.
Nada é permanente, a não ser a própria impermanência das coisas.
A impermanência é lei divina e é em conseqüência dela que tudo evolui, recriando-se a cada segundo. É, pois, na impermanência das coisas que está o próprio progresso inexorável a que todos estamos sujeitos.
Vemos a impermanência de tudo na própria natureza, quando o colorido da primavera se transforma na luz abrasadora do verão, que fenece na frutificação do outono, que descansa nas sombras frias do inverno e novamente desperta em luz viva na primavera.
E ainda que este movimento pareça circular e repetitivo, a cada volta completa manifesta-se num nível acima do anterior, evoluindo numa espiral ascensional de vida e amor.
E a cada nível superado, toda a natureza se renova, criando novas espécies, eliminando outras, adaptando-se constantemente à vontade de Deus.
Nenhuma consciência é descartável, mas todas são substituíveis no movimento contínuo de renovação da Criação, pois vão se seguindo, umas às outras, nos vários níveis, de modo que nenhum deles fique vazio e improdutivo. No momento em que uma consciência está pronta para ascender ao nível seguinte, uma outra consciência toma seu lugar, mantendo em movimento a engrenagem divina.
Nesse turbilhão ascensional, ninguém consegue ficar parado, ainda que se acorrente voluntariamente à aparência efêmera das coisas.
Ninguém é capaz de deter a própria evolução, ainda que ignore deliberadamente todos os movimentos contínuos da natureza em seu próprio ser.
Nesse universo em transformação, ninguém possui nada de si, a não ser o próprio processo interno de crescimento e evolução. E nesse despojamento espiritual com que Deus criou a todos, está a razão primordial de toda existência, pois é Nele que tudo começa e termina, no encontro sagrado do Alfa e do Ômega.
A cada torção da espiral, a consciência se recria, despojando-se, mais uma vez, do que pensa que é para retornar ao que realmente é no contexto divino universal.
E, no processo de recriar-se a cada ciclo de sua existência espiritual, a consciência se reinventa, agregando novas experiências e conhecimentos à sua estrutura essencial eterna.
Recriar-se e reinventar-se são processos internos contínuos, a que toda consciência está submetida em obediência à lei universal de impermanência.
Recriando-se e reinventando-se, a cada segundo, toda consciência renova consigo o próprio universo, que também se transforma no mesmo processo.
Nascer e renascer são partes do recriar-se e renovar-se, e estão muito além do simples nascer e morrer de um corpo físico.
Toda consciência nasce e renasce, de si mesma, a cada pensamento, a cada movimento, a cada nova invenção que faz consigo mesma, criando um novo ser.
Toda consciência nasce e renasce milhares de vezes a cada parto e a cada morte física, pelas emoções e sensações experimentadas a cada vez que estes fenômenos se repetem.
Nascendo e morrendo; renascendo e novamente morrendo; e recriando-se o tempo todo, continuamente, como ser divino, pleno e completo, autodescobrindo-se em camadas de existência que se desprendem aos poucos, pela ação irresistível da força centrífuga da própria espiral que a carrega.
E despindo-se de si para vestir-se de Deus, a consciência se eleva, às vezes sofrendo, às vezes sorrindo, trazendo consigo uma porção do universo, que traz consigo outras consciências, que trazem consigo outras porções de universo, que trazem consciências...
- Maísa Intelisano –