Retorno
Dantes noutrora, enquanto concebia as estrelas e sua imensidão, pude notar tal suave melodia vinda diante de meu corpo. A qual me fazia suar frio e tremer ás pálpebras. Senti um arrepio subir-me dos pés á cabeça. Desejei esconder-me em meio aos teus braços fortes. Acalentar meu coração em meio as tuas palavras carinhosas. Aconchegar meu rosto no torno de teu peito, respirar o teu mesmo ar. Tocar tua face com minhas minuciosas mãos, envolver minhas pernas em tuas curvas. Sentir-me protegida, teu objeto de poder. Tua maior batalha e maior conquista. Tua euforia, a calmaria... Quis ser novamente a tua menina. A garota que fizeres teus olhos brilharem e teu riso se romper entre os beijos. Reluzir vida e felicidade. Ser tua mulher. A dona dos teus suspiros e murmúrios. Das carícias e provas de prazer; de amor. Poder te dar a intensidade jamais obtida. Talvez proporcionar mais a mim mesma do que á ti, uma contemplação da alegria em estar aqui e ser você. Agir sem medo, sem pudor. Cobiçar teus lábios nos meus. Tua língua na minha. Sentir-te. Pegar-te. E por mesmo, segurar-te forte e dizer que pelo menos por um breve mas longínquo e inesquecível momento "você é meu, inteiramente meu". Seria a alegria de um retorno após uma partida. Ou então a esperança jamais esquecida. Talvez a cicatriz, talvez a ferida. Talvez a morte, talvez a vida. Quem sabe apenas um mísero detalhe. A experiência já tida. Tu és de tudo e de nada. Não sinto necessidade de lhe ter, mas anseio estar em tua estrada. Não me acompanhe, todavia não me deixe. Então siga-me, pelas sombras, como o vento na singela melodia que ouço todos os dias.