Não tenho face sou um kabuki no teatro da vida.
Ninguém me conhece, ninguém sabe quem sou,
até eu me desconheço, sou alegoria.
Sou um kabuki, uma cortesã, ou  um guerreiro qualquer,
tenho mil faces,
sou bom, sou mau,  anjo bom ou talvez ruim,
tanto faz eu sou assim.

Eu causo impacto, causo  sim, quebro a mesmice da paz,
desfaço a hipocrisia, transformo tudo no caos depura-dor,
sou o sofrimento do  parto, o mais negro da noite,
depois sou a mais pura luz, ressurreição. 

Quebro o silencio,libero  trovões, tsunamis, destruição,
deixo tudo vazio, sou plebeu.

Sou assim, sou tudo e nada, sou o belo e o feio,
sou o sim e o não.
Não faço questão que me ame, tudo que faço é ironia,
transmuto, transformo, contorno,
 me adapto as situações do momento,
sou kabuki, encenação....


 
 
Mariangela Barreto
Enviado por Mariangela Barreto em 01/05/2013
Reeditado em 25/07/2017
Código do texto: T4269160
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