LOUVAÇÃO AO ANO DE 1998
NA MADRUGADA DE 29 DE ABRIL DE 2013
Em 1998 vós fostes a caminho de vossa Pátria mais íntima.
Em 1998 tu foste para o apartamento que te acenava com a liberdade, apartamento de cuja janela se pode avistar São Paulo, como Napoleão avistava os séculos, diante das pirâmides.
Em 1998 eu fiz o show ROSA DOS TEMPOS, gravado ao vivo, em gravação de CD “fundo de quintal”, mas, CD.
Parecia-nos a todos que, bem ou mal, o mundo estava começando de novo.
Parecia-nos.
Reconheço esta brevíssima louvação ao ano de 1998
muito torta, muito gauche
torta, gauche, como o anjo torto de Drummond, como o próprio Drummond afirmou de si mesmo, no poema.
Reconheço, ano de 1998, que você merecia bem mais do que isso de minha parte
mas, é que já me tolda, neste instante, a lembrança dos anos que se seguiram, contrapontos violentos.
Tolda-me a mim, tal lembrança, a mim, esta que vos fala, esta que a ti fala, esta que a mim fala,
- salvo ledos enganos -
gauche, mais do que gauche,
sem mérito algum por sê-lo, assim torta,
assim gauche - ai, que chique!
nesta torta - mais - do - que – torta - vida... em todos os seus tempos e sentidos
- com alguns hiatos para respiração, admito.
Assim é, caro Napoleão. Assim sempre tem sido.
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