Um-Entre-Tantos
Eu aguardo em silêncio
Todos eles me olham... Olhares punitivos
Eu andava nu, vestido apenas com a verdade
Simples demais para os olhos que viram as bombas iluminando céus
Eu despertei ódio neles
Porque tudo o que eu sou, é tudo o que eles são
Eu mostrei amor a eles
Através da renúncia, através da emancipação da existência
Eu fui caminhando cambaleante
Errando de luz em luz até mastigar a escuridão
Explodi como uma supernova
Gerando versos que eles usariam como cobertor na noite fria
Eu não tinha medo deles
Era um deles, e eles sabiam
Seus olhos encharcados, vislumbravam a virada de uma era
A mudança esperada, um mundo novo se formando no âmago da nossa dor
Os demônios que enfrentei na ausência de vida
Eram prerrogativas de uma vida inconsistente e supervalorizada
O que mais poderiam fazer, a não ser temer?
Ao som da manhã, todos nós caminhamos pra morte
Levantaram bandeiras, símbolos forjados na irrealidade de uma ética venenosa
Crianças puras, bebendo o vinho amargo do preconceito
Se existe um inferno, junte-se a todos nós
Cavaleiros inglórios, soldados marcados... Um-entre-todos