Circulo Vicioso

Sabe quando você está totalmente perdido? Sua vida tá mal, seus pais só enchem o seu saco e você não tem nenhuma perspectiva de melhora? Você ouve musicas que antes te animava e agora não passam de notas musicais vazias e as musicas tristes que você antes achava bobagem agora fazem todo o sentido. Todo aquele frio e vazio que muita gente falava começam a aparecer. Você sente uma angústia enorme e toda sua vida não passa de mera sobrevivência. Você vive sem aspiração pelo futuro, vai dormir sem querer acordar, acorda pensando em ir dormir e o mínimo tremor se torna um terremoto. Uma simples pedra no seu caminho se torna um muro. Você tá ali parado olhando para a pedra e se perguntando: “Por que você é tão importante assim?” A pedra, que é insignificante, se torna um muro intransponível, pois você já está acostumado a maximizar os problemas. Você está acostumado a sofrer. Acostumado a se sentir sozinho no meio da multidão. Tá acostumado a chorar sozinho e imaginar quando isso tudo vai acabar – E se um dia vai acabar.

Você se pega pensando em formas de se matar. Pensa se teria coragem de acabar com todo o sofrimento de uma vez. E quantas vezes você já entrou no banheiro e colocou a navalha no pulso? Ou até mesmo se cortou só pra ter uma ideia de como seria. No final das contas você descobre que existem dois caminhos, de todas as possibilidades você fica preso a míseros dois ridículos caminhos. O primeiro é aceitar que nada vai melhorar – É o caminho dos corajosos – Adaptar seu jeito de viver isso. Você se adapta a pessoas mesquinhas e vazias que vivem com você. Arruma um vício pra poder amenizar a dor de viver assim. Você precisa ter aquilo que te faz lembrar-se do por que, e como você precisa disso. Sem isso você iria acabar escolhendo o outro caminho, que seria o caminho dos covardes: A morte. O suicídio. E que ideia tentadora, não? Acabar com todo seu martírio de uma só vez. Sem lembrar. Sem se arrepender. Sem voltar atrás. Como seria se você acabasse se matando? E quantas noites em pranto você pensou nisso? Será que alguém ia sentir falta? E o ponto principal, será que ela/ele ia sentir falta? Você mergulha em pensamentos de duvida e chega numa questão que sempre te dói. Pergunta-se se todo esse sofrimento é causado só por essa pessoa ou pela falta dela. E o que eu sou pra ela? Em questão de segundos, você está pensando se o quanto você se importava com ela era na mesma proporção que ela se importava com você, e no final das contas, com todos os cálculos que você faz você ver que a resposta é a pior possível. Que mania essa de querer mais do que a pessoa quer te dar… Até que chega uma hora que você cansa. Seus amigos cansam de você e você resolve mudar pra não os perder. Corta o cabelo, fazer regime, troca de colégio, resolve mudar totalmente. Entra na academia, compra um perfume novo e muda tudo o que possa lembrar-se da pessoa e de tanto sofrimento. Você começa a viver bem, sorri de verdade novamente e por um tempo as suas cicatrizes não importam mais. Você vive a vida que sempre almejou. Sempre perseverou pelo momento em que você está vivendo até que…

Até que aparece outra vez quem você acha que poderia tornar o que tá bom ainda melhor. Você tem na cabeça que envolver-se significa sofrer, mas vai testando até onde consegue e se ilude de novo. Se ilude e se envolve. Se ilude e se entrega e até que por um momento você se sente melhor do que estava quando estava sem alguém. Você sente que o pouco do vazio que você tinha é preenchido. Você sente que o mundo a sua volta deixa de importar e só o bem da pessoa te faz bem. Oh céus, apaixonado outra vez? Como isso foi acontecer? Não sei, só sei que por enquanto tá sendo bom. Mas por quanto tempo vai ser bom? Quanto tempo até ter que mudar tudo de novo e me apaixonar de novo? Por que, afinal, eu sei que esse é o circulo vicioso da vida: Felicidade, paixão, tristeza, mudança e de novo felicidade. E assim vai ser até que a morte me separe ou até eu me achar no que chama de ‘Cara Metade’.

Lucas Luiz
Enviado por Lucas Luiz em 28/04/2013
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