A poesia é um subterfúgio
Para os corações apaixonados
Mas também para os transtornados
Algozes de si mesmo
Em cada linha escrita
A envergadura da letra
Confessa a fonte
E sai a galopar
Num alazão dourado
Rumo a um precipício
Ou a um céu azul alado
Nesses versos robustos
Impregnados de palavras frágeis
Margeando o significado último
Transbordando o teor ordinário
Deixando para a imaginação
Cada tonalidade lábil
Num cenário de sonho
Onde só existe
Num grande amor
Numa obra prima
Constantemente a renascer
ACCO