A dúvida lhe traz o universo. VI
Em suma, até onde meu conhecimento me permite, o que entendo é que o problema não está na religião. Para o Psicanalista, Filosofo e Sociólogo Erich Fromm o termo “religião” designa qualquer sistema grupalmente partilhado de pensamento e ação, que ofereça ao individuo em esquema de orientação e um objeto de devoção. Dessa forma, todos nós temos de alguma forma um tipo de religião, que, aliás, seria ela que nos move segundo Erich Fromm. Tais afirmações vão de encontro com o pensamento do Psicanalista Jacques Lacan que diz: “a angústia é a única fonte de criação, porque é ela que nos leva a reflexão”. Ou seja, a religião, dentro do que me é permitido, não fora culpada pelas barbáries e martírios até então cometidas contra a humanidade, até porque a religião propriamente dita, não tem vida, ela não possui um corpo físico/biológico como nós. A dita culpa, se é que poderíamos utilizá-la como argumento, seria dos seus “usuários” que através do mau uso dela se propagou a destruição do eu como individuo sobre forma de doutrinação. Ora, se existe culpa, e vamos buscar os culpados, talvez devêssemos pensar em encontra-la em pessoas, já que ideias não são ação, bem como, religião não o é. Todavia, quando eu coloco a culpa em algo ou alguém eu retiro completamente o peso e o trabalho do entendimento, camuflando minha covardia sob a pré-suposição, sob o pré-conceito, que segundo o Psiquiatra Flávio Gikovate, seria um vicio da humanidade. Com isso, o que temos quando ultrapassamos a camada superficial do pensamento, ao invés de uma certeza é novamente é um grande e imenso NADA. Será o eterno retorno como diria o Filosofo alemão Nietzsche. Afinal o que quero eu com esse tipo de reflexão? Talvez, dizer-lhes que somos muito mais do que uma superfície.
A minha certeza é de que as duvidas me faz ser universal, já que a certeza é uma necessidade psicológica de duração.