A flor
Aquela menina, enfim, conseguira caminhar sozinha.
Os passos lentos, que às vezes a faziam recuar, revestiram-se da coragem que agora a impulsionava para frente.
Em seus pés pequenos, cabia a grandeza de sua alma serena.
Seu olhar retilíneo trocava lágrimas com as primeiras impressões de um novo dia que acabara de começar.
Mas, apesar de serem lágrimas, eram de alegria.
De orgulho, pela certeza de dever cumprido.
Já não temia o futuro.
E a esperança que trazia no peito era, agora, a cor mais viva do seu sorriso.
Retirara, um a um, todos os espinhos.
Sentinela dos seus sonhos, trazia o mundo no coração.
Outrora menina, agora mulher estava plena de que reinava, absoluta, como a flor mais linda do jardim da vida.