Redemoinho

Da varanda avistei o céu se avermelhando ao longe.

Perdida em pensamentos, enxergava somente os sonhos criados pela mente.

O vento balançava incessantemente a roupa estendida no varal e as folhas das árvores ao redor.

Nem mesmo o bater das janelas conseguiu me despertar do envolvente sonho.

E ele se aproximou.

Veemente adentrou o terreno da minha habitação. Colorindo de pó vermelho o chão, foi bloqueado pela porta da sala, fechada.

Meus olhos se encheram de pavor durante aqueles longos segundos, mas fechados, impediram que partículas daquele vento violento inflamassem a maior preciosidade do meu corpo.

A voz já se fora. A ansiedade que antecedera a chegada daquele vento à casa, já havia travado os ossos da minha face e os músculos do meu rosto estavam esclerosados pelo susto.

...

Tudo agora havia cessado.

O estrago ficou na varanda.

Folhas ao chão, cadeiras derrubadas e o cachorro assustado em meio a poeira. Pouco!

Porém, o bastante para me deixar estarrecida pela violência de um redemoinho inesperado que me derrubou ao chão.

E aqui estou. Sem conseguir me levantar..

Fabi Rodrigues
Enviado por Fabi Rodrigues em 16/04/2013
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