Redemoinho
Da varanda avistei o céu se avermelhando ao longe.
Perdida em pensamentos, enxergava somente os sonhos criados pela mente.
O vento balançava incessantemente a roupa estendida no varal e as folhas das árvores ao redor.
Nem mesmo o bater das janelas conseguiu me despertar do envolvente sonho.
E ele se aproximou.
Veemente adentrou o terreno da minha habitação. Colorindo de pó vermelho o chão, foi bloqueado pela porta da sala, fechada.
Meus olhos se encheram de pavor durante aqueles longos segundos, mas fechados, impediram que partículas daquele vento violento inflamassem a maior preciosidade do meu corpo.
A voz já se fora. A ansiedade que antecedera a chegada daquele vento à casa, já havia travado os ossos da minha face e os músculos do meu rosto estavam esclerosados pelo susto.
...
Tudo agora havia cessado.
O estrago ficou na varanda.
Folhas ao chão, cadeiras derrubadas e o cachorro assustado em meio a poeira. Pouco!
Porém, o bastante para me deixar estarrecida pela violência de um redemoinho inesperado que me derrubou ao chão.
E aqui estou. Sem conseguir me levantar..