Curioso

Tudo morre,

tudo é morte.

é assim na realidade?

ou eu que simplesmente estou morto,

ou morrendo.

amargo como um velho.

Saudoso do passado,

não me agrado do futuro.

Tudo acaba.

até aquele amor,

que era a coisa mais certa que se sentia.

que servia como bússula,

objetivo maior.

que lhe era o chão, ou o teto.

que te impedia de cair e de voar sem rumo.

Tudo isso acaba.

Sobra cinza,

sobra ressaca.

Mas essas coisas não são bem assim

nada é eterno, nem as marés de azar.

ninguem vive para sempre no fundo do poço.

sempre aparece uma escada.

Espero pela minha.

pois ja me canso desse abismo,

desse desentusiasmo,

falta de vontade de viver,

de levantar a cabeça do travesseiro.

Ela se foi,

eu fiquei.

Nem olhou para trás.

Mas eu ainda procuro os olhos dela no retrovisor.

no retrovisor da vida.

Não aparece nada.

Me pergunto porque ainda faço isso.

Se ainda me sinto incapaz de perdoá-la.

ou de te-la nos meus braços.

é curioso.

curioso.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 15/04/2013
Reeditado em 15/04/2013
Código do texto: T4241359
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