Misterioso.

Abri o notebook rapidamente e apertei enter, um clarão espalhou-se pelo quarto. Apertei os olhos com a luz repentina e logo abri minha página social. A página do Tiago estava bem diante dos meus olhos, pois havia deixado aberta quando ele me enfrentou na faculdade, esperei a conexão com a internet voltar, cinco segundos depois estava bisbilhotando suas mensagens no mural.

Meus olhos percorreram a página lentamente, procurando os detalhes, identificando os gostos, os sonhos, algo que pudesse me ajudar na tal missão, que por um acaso, começava a ficar divertida. Abri seu álbum principal e seu rosto, de perfil, surgiu enorme na pequena tela. Sorri. Ele era bonito, tinha um olhar misterioso, tão escuro e intenso quanto um céu sem estrelas. Os lábios disfarçavam, numa linha quase reta, um sorriso inexpressivo, mas que estava ali, esticado levemente, moldado por covinhas sutilmente afundadas em seu rosto pálido. Apoiei o cotovelo na escrivaninha e tombei a cabeça para o lado, um baque, e a porta foi aberta. Meu coração deu um salto violento e quase parou.