Homo Sapiens

Homo sapiens sem sabedoria, onde a razão passa ao largo, ou passa muito curta, míope em nós mesmos. Homo Sapiens Sapiens, cuja sabedoria é mera impregnação de arrogância e vaidade, onde o amor é o do interesse, o da troca, o da coleção de bônus para um futuro improvável, não o amor da doação em carne e osso por um ideal social, humano e digno de toda a humanidade, não o do amor verdadeiramente altruísta, que não vê troca, não vê posse, não vê interesses pessoais. É normal que não saibamos a pureza do amor, posto que não sabemos a realidade da razão, pois amar sem razão é tão inútil e perigoso, quanto o uso da razão sem os filtros e a mediação do amor. Costumo lembrar que na dificuldade de amar e racionalizar profundamente já nos bastaria o respeito mútuo, o respeito a vida, o respeito a dignidade humana e o respeito a toda representação da natureza.
 
Homo sapiens sapiens? Brincadeira... Argumentos? Basta olhar a realidade social que construímos, onde o abandono, a exclusão social e a fome recaem sobre mais da metade de toda a população mundial e das guerras e terrorismos religiosos que instalamos, e nem precisamos olhar tão longe, perto de nosso lar, no caminho que trilhamos todos os dias, percebemos o abandono social, a exclusão e a fome, e para piorar já nem nos escandalizamos mais com isto, já não nos revoltamos pela fome alheia, já não nos envergonhamos mais por ajudarmos a manter esta sociedade doente e desumana. Somos tão perversos que acreditamos sinceramente que não temos culpa pelo que aqui está... Este é o homo sapiens, que deveria ser homo demens.... Homo degradandis... Homem besta... Homem? Que homem?...

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 14/04/2013
Código do texto: T4239745
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