DO FINGIMENTO POÉTICO

Na madrugada de 14 de abril de 2013

Tua poesia sempre entre o fingimento poético e o puro depoimento calcado sobre a vida real, melhor dizendo, sobre a “vida real”, assim mesmo, entre aspas, cabe melhor. Sempre, sempre na zona de intersecção entre os dois mundos, o da linguagem e o da vida per si: linguagem-confissão= linguagem-invenção. Através da tua escrita aprendo da minha própria irrealidade, de boa parte dos não-seres que me des-compõem.

Essa “realidade” sobre a qual escrevo assim, com aparente lucidez, tem sido sempre fonte de tanta loucura sem remissão... de tantos espelhos alucinados... de tanta abdicação de universos que eu julgava familiares em mim...de tanta perda de referência da que fui antes de te conhecer – nem lembro há quantos séculos isso foi - que... meu Deus, não há nada que eu alcance mais (pelo menos agora) para sobre isso dizer.

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