Sem algemas
Falar de si mesmo já é uma tarefa complicada, visto que cada um tem a sua opinião a respeito de algo/alguém. Mas, mais difícil do que falar de si mesmo, certamente é ter que apontar seus próprios defeitos! Quem hoje consegue parar em frente ao espelho, confrontar seu próprio reflexo e ter que destacar, por assim dizer, aquilo que o incomoda? Talvez, o que mais nos incomode em alguém, seja aquilo que nos incomoda em nós mesmos; aquilo de que tentamos escapar, mas que fica cada vez mais nítido na maioria de nossas relações. Que fica à mostra quando nos predispomos a nos relacionar com alguém. Mas que não temos como e nem podemos fugir. Quando nos resta apenas a missão de identificar quais são esses erros/defeitos e tentar mudar; ou, então, amenizar os efeitos que isso pode causar ao nos relacionarmos com alguém. Lembrando que nenhuma relação sem flexibilidade consegue sobreviver. Se sabendo ceder já temos tantas "faíscas", imagino sem! Talvez o que nos falte, como um dos principais defeitos de cada um, é o saber falar menos e ouvir mais; o saber reconhecer se, o que eu preciso, o outro pode me dar, e vice-versa! Saber surpreender, sem decepcionar. Sem se autodecepcionar! Conhecer-se primeiro para conhecer o outro! Amar-se primeiro para depois amar outro. Quem agora lê pode pensar que quero dar uma receita de como "melhorar" as relações. Engano! Eu mesmo não sei lidar. Mas com tanta leitura, com tanta informação, talvez essas sejam dicas, em primeiro lugar, pra mim mesmo! Um modo de tentar colocar pra fora aquilo que eu acredito precisar para que minhas próprias relações sejam mais proveitosas, mais duradouras. Havendo menos mentiras, menos máscaras, menos omissões. Admito não saber tudo! Talvez até não saiba quase nada! Afinal, para quem tem essa ânsia de conhecer mais e mais, quanto mais se lê, quanto mais se descobre, mais identificamos a necessidade de buscar ainda mais. Em um mundo que, se não tivermos cuidado, quando menos esperarmos, nos devora. Aí pode ser tarde; ou irreversível. Com conhecimento temos muito. Com o autoconhecimento, talvez tenhamos tudo! Mesmo que esse tudo seja somente o necessário para seguir adiante; sem medo de errar, sem medo de tentar. Sem medo de ser feliz!