Literatura
Livros de literatura contaram-me um expoente de sensações expostas em palavras. Versos de autores famosos foram pronunciados e recitados ao som de bossa nova. Quantos poemas jogados fora. Alguns guardados, mas escondidos em bibliotecas repletas de poeira. Livros de literatura produzem ecos de esperança e crítica aos novos conceitos, produzem lágrimas sensíveis nas madrugadas silenciosas. Fazem de homens célebres pequenos versos. Faz de pequenos versos homens célebres. Faz da realidade um romance, e também traz romances para a dita realidade.
Tem ser humano que joga a palavra fora, gasta fortunas com roupas e perfumes e ignora sua própria ignorância. O condomínio é fechado. Mas na esquina não. Jogue livros no lixo. Plante a ignorância e tranque-se em seu condomínio.
Livros de literatura contaram-me melodias e versos hipocondríacos vividos no século passado. Aí talvez você regrida. Esqueça a arte modernista, e acorde num asilo com todas as angustias e dores. A literatura faz dos dias círculos lentos para uma evolução espiritual diária.
-Existiu?
-O que?
-Drummond existiu?
-Claro, e tantas outras almas poéticas. E continua existindo para quem sentir. Quer mais precioso dom que esse: sentir?
-Há quem sinta?
-Há quem ainda exista, apenas.
-Mas quem sinta…
Livros de literatura chegaram dançando frevo na melancolia e tédio que e é ser e aceitar a rotina. Livros de literatura semearam doses de verdade, ficção, arte e poesia. Esboçaram personalidades, opiniões. Lapidaram o prazer da existência da aurora, e da camada multifacetada brasileira. Tentou unir raças, e quase o fez na competência audaciosa dos autores. Livros de literatura fizeram da minha existência um dom fantástico.
E do dia-a-dia motivo, para o prazer de conhecer a mesma.