É dando que se recebe?”- De QUEM?…

”O bem que praticares, em algum lugar, é teu advogado em toda parte.”

Quem ama cuida, se ocupa, se preocupa e até mesmo se esquece de si mesmo pelo bem dos seres amados. Não que se deseje agradecimentos, no entanto, o ‘reconhecimento’ do bem que fazemos conforta-nos a alma.

“É dando é que se recebe”, ensinava São Francisco. Todavia, há pessoas para as quais essas doações feitas com amor, não têm o menor significado – não as consideram como atos de solidariedade, preocupação, carinho , ‘interesse desinteressado’ feitas exclusivamente com o objetivo de ‘fazer o bem pela simples alegria que nos causa fazê-lo…’

Ao fim e ao cabo, inclusive, essas doações materiais – e imateriais – lhes podem até ser maléficas, pois passam a habituar-se a uma vida fácil, sem jamais preocuparem-se em buscar – elas mesmas – as soluções para seus problemas e até mesmo para seu próprio sustento.

São geralmente criaturas egoístas e que psicológica e emocionalmente não crescem – triste e verdadeira constatação.

Amigos leitores, para deixá-los pensar sobre o assunto, transcrevo abaixo, por sua profundidade e por estar em harmonia complementar ao que escrevi, as palavras de SARAMAGO in “A Jangada Pedra”:

“Sabido é que todo efeito tem sua causa, e esta é uma universal verdade, porém, não é possível evitar alguns erros de juízo, ou de simples identificação, pois acontece considerarmos que este efeito provém daquela causa,quando afinal ela foi outra, muito fora do alcance do entendimento que temos e da ciência que julgávamos ter.“

Mirna Cavalcanti de Albuquerque Rio de Janeiro, 06 de Abril de 2013.