Nem otimista, nem pessimista

No que me é possível racionalizar e perceber probabilidades, não tendo a ser otimista nem pessimista, tendo a ser realista, não somente porque o queira, mas por uma característica inata minha. Naquilo em que não possuo informações para criticamente avaliar tendo a ser pessimista quando o resultado diretamente ou indiretamente me envolve, e otimista quando envolve os outros.
 
Se não tenho como efetuar análise crítica sobre os fatos que me são disponíveis, e sou parte do escopo do resultado ou dos efeitos, busco ser pessimista por uma questão de preferir a desesperança que não me leva ao sofrimento quando não atingida, do que uma esperança que pode me fazer sofrer pelo não alcance. Entendamos bem este pessimismo não como uma inação, abandono, medo ou resignação primária sem o empenho e dedicação necessários, mas sim apenas como preparar meu espirito para algo que queira e possa não conseguir. Porque quero, empenharei meu melhor em realizá-lo, mas sem aquela esperança prévia de alcançar. Meu esforço é assim livre de esperança, não menos verdadeiro ou despreparado.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 06/04/2013
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