Tudo bem? Indo bem! Por que insistimos em dizer que esta tudo bem, quando não estamos? Ou será que estamos?

Mentimos de várias maneiras, umas são por interesse, outras em atitude de defesa, e em alguns casos, para proteger aquilo que não é nosso ou que no muito desejamos de forma intensamente louca e completamente desprovida de motivos.

O certo é que as pessoas mentem! Embora, criados nos caminhos da verdade, por várias filosofias, práticas religiosas, costumes, meios de comunicação, princípios étnicos e educação e suas adjacências. A mentira existe em todas as fases da vida, e a medida que crescemos, percebemos que muito de nossa infância se faz presente na construção de nosso ser.

Uma criança pega uma bala e sai correndo, se corremos atrás, e a pressionamos ela dirá, com a bala nas mãos, que não sabe quem pegou a bala. Quando adultos, agimos do mesmo jeito. Não expressamos as nossas vontades e desejos como queremos, e isto porque, temos sempre que proteger a bala que temos nas mãos. Essa é a mentira que contamos para nós mesmos, quando evitamos determinadas situações, para proteger outra pessoa.

Outra criança diz: fulano me bateu, e sabemos que não foi bem assim, esta é uma mentira em atitude de defesa. A criança sabe que ao pronunciar estas palavras, iremos tomar suas dores, e logo, prontificaremos a dar colo e carinho. Nesta mentira, fica claro o sentimento de atenção. Somos seres ávidos por atenção. Quem aqui, nunca mentiu para ganhar um chamego, um cheiro, um cafuné, um xodó? Dizemos que amamos as pessoas, em atitude de defesa, pois, sabemos que estamos a comover os mais belos sentimentos que outro acredita possuir. Neste ponto a mentira é tão forte, que acreditamos mesmo que seja, verdade.

Conheço casais hoje, que não conseguem ficar um dia sem dizer eu te amo, e na sequencia, uma frase do tipo: Não... Eu que te amo mais! Nesses casos o sentimento de atenção se volta para a expressão das palavras. Com seu eu não dizer que amo, ou se não ouvir isso, não estarei amando, e também não consigo amar. A questão é que o amor não se mede por palavras, mas por gestos. Esse tipo de mentira é misto de descrença com ausência de amor próprio, insegurança mesmo, e muitos acreditam que é verdade.

Talvez, você não se lembre de sua infância, e naquele tempo com fome, você gritou, fechou o semblante e colocou-se a chorar, até conseguir o que queria. Os adultos, não choram tanto, diante da impossibilidade de termos aquilo que desejamos, mas não deixamos de sentir aquela louca vontade de chorar, até ganhar o que foi almejado. Cerceados, pelos valores incrustados em nossa educação, muitas vezes nos calamos, sucumbindo nossas vontades. E nos calar, é a maior mentira que contamos, pois não existem palavras, apenas as fantasias que criamos para enganar os sentimentos.

O fato é que mentimos e isso é parte de nossa construção. Mentimos para nos defender, mentimos para nos proteger, e, sobretudo, mentimos para realizar nossos desejos.

O que há de errado em mentir? Afinal, mentimos para sobreviver e nos perpetuarmos, mentimos ao mentir, e mentimos ao acreditar que as pessoas "são verdadeiras". Mentimos para garantir que a vida saia da monotonia existente na verdade. Pois, até mesmo na verdade a mentira se faz presente.

Hoje eu não estou cobrando verdades, apenas assumindo que minto. Digo que devo lhe proteger e acredito que ser capaz...Talvez isso, seja outra mentira... Mas proteger você é o que criei para justificar suas atitudes de querer e não poder. Se é verdade ou mentira somente o tempo irá dizer.
Longânimo
Enviado por Longânimo em 03/04/2013
Código do texto: T4221592
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