UMA LÁGRIMA PARA UM MENINO
Acharam ele, numa manhã de sol.
Próximo ao mar da Ilha do Governador...
Dizem que um rapaz o trouxe,
Envolto num cobertor...
Devia ter uns três anos.
Moreninho.
Cabeludo.
Parecia dormir, apesar da sujeira em volta.
E no corpinho magro sem vida.
Talvez ninguém chore...
Ou lamente.
Ou comente.
Mas, um olhar de poeta passou e viu.
Chorou.
Escreveu.
Sofreu...
A dor por mais um anjo que se vai.
Este...
Sem mãe...
Sem pai...
Sem nome.
A você menino, que hoje brinca no Jardim do Pai...
Um beijo.