Gavetas do passado.
Hoje tive meu pensamento tomado novamente. Enquanto revirava umas gavetas à procura de algo qualquer me fizesse sorrir, e em meio á tanta bagunça, incrivelmente, achei um álbum de fotos. Fotos bem antigas. Nossas fotos de quando éramos apenas dois jovens jurando amor eterno um para o outro. Quanto mais as olhava, mais eu me sentia estranho, pois sabia que aquele tempo já havia se passado, mas ao mesmo tempo me sentia feliz, alegre, contente...
Lembrei-me do dia no qual você me emprestou a chave, no dia em que você, minha pequena, confiou em mim o suficiente para dirigir até o final do caminho.
Passamos por maus bocados. Foi complicado e cansativo. Estávamos em uma nova estrada e dessa vez, uma nova, na qual éramos nós que iríamos decidir como ela caminharia. E é engraçado pensar que ao invés de escolher um mar de rosas e simplesmente passar tranquilamente, decidimos dificultar um pouco as coisas. Colocamos pedras em nosso caminho, trocamos asfalto por terra e com mais alguns obstáculos. Aumentamos a bagagem, trouxemos mais pessoas para nos acompanhar em tal viagem. Fizemos de tudo para que não desse certo, pois sabíamos que apesar de tudo, de todas as complicações e cismas, tudo daria certo. E assim foi.
Um caminho longo, tão longo que até hoje ainda tento chegar ao final dessa estrada. Está difícil, o motor não quer pegar. Falta algo, alguém... mesmo assim não deixo de seguir em frente. Eu lhe prometo, um dia chegarei lá. E quando chegar, fique tranquila, pois saiba que não estarei lá para bagunçar seu coração. Estarei apenas para lhe dizer mais uma vez que te amo e consertar os estragos que sofremos após viajar tanto para chegar aqui, em um lugar onde, finalmente, poderei lhe esquentar. Sim, eu sei... mas calma que eu já estou chegando, desculpe-me por não estar aqui em tantas noites de frio.
- O dia está lindo, não está?