Domingo é dia de Esquenta com Regina Casé
Eu assisto pouco televisão, mas domingo é dia de Esquenta. Eu amo esse programa!
Num mundo tão marcado pela segregação, pela união dos iguais, um programa que se proponha a pensar e a exercer a diversidade é simplesmente sublime.
Eu me divirto, eu danço, eu aprendo e eu penso sobre os assuntos de uma temática profunda, abordados a partir de uma complexidade de histórias possíveis.
Uma pobreza falada de forma alegre, com histórias de vida, que incluem quedas e superação. Alegrias e tristezas contadas e cantadas. Sem precisar explorar o drama alheio em busca de audiência, mascarado por uma “ajuda”, uma casa nova, um carro novo, um tratamento... É a história de uma vida que se pode contar e encontrar com outras histórias de outras vidas, nem tão diferente das nossas.
No programa, que conta com a genialidade de Regina Casé, o que assistimos é a delicadeza da mistura que não faz anular a diferença, mas se fala sobre ela e permiti pensar minimamente que ela existe, que ela está aí todos os dias, batendo em nossas portas... Quem só vive entre iguais, não sabe quem se é. A diferença proporciona o “cada um com sua história” e trocas possíveis e transformadoras.
Excelente programa, super alto astral e de alto nível que como todo programa que se propõe ao entretenimento diverte, mas ao mesmo tempo tem um diferencial de problematizar questões tão arraigadas em nossa sociedade e diante das quais não podemos apenas dizer que são bregas ou baixo nível. São questões. E que bom que alguém está falando sobre elas de uma forma tão inclusiva e alegre.