“O saber dizer NÃO”
Quando se tem vontade ou necessidade de dizer não e não diz, deixa de agradar a si para satisfazer alguém. Quando diz, o consciente pesa, se percebe com sentimento de culpa e não consegue ficar bem até que volte atrás com sua palavra.
Mas, até quando isso faz bem?
Renunciar a própria vontade para proporcionar o prazer de outrem é muito mais do que pensamos. Isso provoca um desconforto e uma tristeza incomum, pois é natural do ser humano querer apenas fazer o bem sem analisar as conseqüências que sofrerá por determinadas atitudes. Em muitas situações o individuo é prejudicado por essa covardia e timidez ao dizer “NÃO”.
Agora, analisando por um prisma diferente, observa-se que pessoas padecem com essa dificuldade, por exemplo: Você está em casa cansado (a), querendo relaxar, tomar um belo banho, usar uma roupa que te deixa a vontade, sentar-se a frente do computador ou de ler algo que te interessa, assistir a um programa legal ou simplesmente deitar para descansar e, de repente, alguém te chama para pedir-lhe um favor, e já no automático, você responde SIM. O cérebro, que não entende a sua resposta, permanece trabalhando de acordo à sua vontade, e em função disso, você faz esse favor com sentimento de obrigação, com desprazer, dissabor e, mais uma vez, não se dá o gosto de realizar seus desejos. Refletindo nesse exemplo, nota-se que dizer NÃO, é necessário.
Em algumas pesquisas, feitas entre amigos, sobre defeitos e qualidades, após auto-análise, percebe-se que maior parte tem ou considera o “saber dizer não” como defeito. Mas, como a melhor mudança é feita de dentro para fora, essa situação é reversível, pois começa pelo EU.
De diminuto tamanho, mas com imensurável significado o EU é um tanto complexo, pois dentro de nós há uma competitividade entre a razão e a emoção e isso abalam um pouco as estruturas de tal ponto que agimos comovida e não racionalmente.
Por isso antes de qualquer decisão você deve se perguntar:
1. Eu quero fazer isso?
2. Me fará bem?
3. É necessário?
4. Irá me agradar?
Se para todas as respostas você der “não, então, diga NÃO.
Se você não souber dizer “não” a uma criança, ela irá te dominar porque sabe que sempre ouvirá um sim. Da mesma forma, é com qualquer pessoa.
Dizer “não”, não significa ser ruim, não gostar de prestar um favor ou um sinal de ofensa, mas é a expressão da sua vontade, que deve ser respeitada por você (o EU) e por quem está ouvindo.
Uma boa forma para resolver esse problema é exercitando. Comece pelas coisas simples. Observe o seu comportamento. Lute para não voltar atrás nas suas respostas e por último, esqueça a hipótese de que está fazendo mal a alguém. Você estará fazendo o bem para si. Isso não é egoísmo e sim respeito que está diretamente ligado ao seu prazer.
No início será muito difícil, mas não se entristeça, porque pessoas que têm o costume de recorrer sempre a você, tomarão aquele susto, se chateará e, a depender da pessoa, ficará com raiva, mas todo começo exige paciência. Querer proporcionar o bem, alegria, contentar alguém está impregnado em todos, porém, se só satisfazer a quem está sendo servido, consequentemente você sofrerá desalento e descomodidade que, ao decorrer da sua vida, aprendeu a lidar e isso durará até o momento que começar atender melhor os seus desejos e a sua vontade.