Robôs de Gelo
Eu olho em volta, a rua está cheia de gente vazia. Com corações vazios e mente suja.
Pessoas que fingem sorrisos, de almas amargas, que são egoístas e só enxergam o externo.
Eu vejo elas fingirem que se importam com a dor alheia.
Eu vejo elas vestirem suas máscaras e encherem seus bolsos de hipocrisia e papel sem valor.
E eu tenho nojo. Odeio ouvir suas conversas sem sentido sobre a vida dos outros, sobre novela, ou sobre quem vai sair do Big Broxa.
Ninguém te deseja mais “Bom dia”. Até educação básica se tornou algo raro.
Eu entro no ônibus e vejo o contraste de tantas pessoas juntas e tão separas a ponto de não trocarem sequer um olhar.
Não existe mais humanidade.
Somos todos robôs de gelo.