e eu quase canto
abro os olhos e contorno os "nãos" que a vida me dá.
tenho tanto medo de aceitar nãos errados
que anulem o que busco ou o que espero intensamente...
mas não se pode confundir não e sim.
eu digo sim pra minha liberdade de pensar
e até de querer algumas coisas
digo sim a relações de respeito, carinho, amizade
não quero sorrisos de canto de boca
quero uma boca inteira, cheia de amor pra dar
um amor simples, cotidianamente, simples
capaz de pôr em mim sorrisos diários e de surpresa
não abraço olhares que devoram minha luz
e alguns me dão tristeza imediata
não encontro, não elejo, não marco com palavras
esses olhares superficiais que despem os panos
que desenham lendas projetando medos e ilusões
outros olhos me atraem, os profundos, que chegam a alma
o olhar é sempre compartilhado...
no sentido de que quando te olho e você me olha
são criadas as entrelinhas dos horizontes
e elas dançam