Pensamento 118
Vejo em ti o eco de muitos dos meus dias. Havia flores vermelhas e frutos silvestres. O teu riso soava a cristal, à água espumosa da ribeira. Amávamo-nos onde acontecia a nossa sede e sabíamos que o tempo esperava que te fosses para continuar. A tua última ausência, porém, durou muito, tanto que encaneci com a velhice dos meus sonhos e eu, sem a tua força, sou esta tarde cinzenta num campo maninho. As aves que tenho no horizonte comerão os meus olhos.