lamento
Ah, se o Juliano não estivesse na Argentina, nem a Laura em Porto Alegre! Se eu não tivesse esses 20 anos incompletos e pudesse chegar à casa da vó e encontrar os primos todos dormindo no mesmo quarto, brincando de Pega Taças… Principalmente: Se eu soubesse escrever o vento que passou por aqui hoje e ainda brincar de desenhar silhuetas com pedras, na calçada da batian!
Mas a gente anda tal qual quarta temporada de seriado: esgotado no enredo e repetido na estética. Anda confundindo a pobreza da alma com a sujeira do corpo. Anda num limbo entre a vida daqui e o sonho de lá, depois dos trezentos e poucos quilômetros. E quem vê os passarinhos que puxam o dia? Mais: Quem ainda lembra de quando não tinha medo? À parte isso, resta pouco, bem pouco. A gente vira adulto assim que aprende a não aprender mais nada…