GOTAS DE CHUVA E SANTIDADE

Penso às vezes ao encontrar uma pequena gota de chuva caindo sobre as folhas das plantas, que apesar de tão pequenas, também obedecem ao jogo da existência, a regra que iguala tudo o que existe: a transformação. O universo transforma tudo, é claro que já sabemos disso, mas estamos preparados para aceitar isso? É claro que não. Do contrário não estaríamos perdidos na busca de um sentido para nossa vida; afinal de contas, o que somos? Será que tudo compensa? Se logo após uma breve passagem nessa forma que chamamos de vida humana seremos fundidos novamente a tudo o que é, “ao pó voltará’’. Isso parece cruel para nossa alma, ela não quer abandonar o que aprendeu a amar. É o que acontece quando uma pessoa amada se vai. Encontramos apenas revolta, aí questionamos a veracidade da existência posterior à morte. Será que uma pequena gota de chuva pode ter mais do que um breve momento de garoa? Acho que sim, de alguma forma tudo que existe pode ser eterno se soubermos como alcançar a profundidade presente em cada momento. Já ouviu as definições científicas sobre o espetáculo do arco íris? nada além de números gelados, da quantidade de moléculas em que uma gota é formada, à pressão que sofre antes de possuir o peso certo para cair na terra, e a quebra da luz do sol nas variantes tonalidades resultante da frequência de energia luminosa que muda com a velocidade..., isso é cansativo, me pergunto se alguém amaria isso. Mas eu amo o que vejo, no silêncio que consigo obter entre tantas definições sobre esse processo, ele está lá, o espetáculo colorido faz tudo ganhar um sentido, e portanto percebo que o que eterniza esse acontecimento não é o que será guardado no livro de ciências, mas o que eu admiro. O arco-íris então ganha um novo sentido para existir, o de ser belo, simplesmente isso. de uma forma semelhante, também temos a capacidade de irradiar as belas cores do nosso eu. Mas se um dia eu consegui controlar minha mente treinada para dar o significado puramente racional as coisas que vejo, poderei contemplar a imortalidade do que é belo, por que nada precisa ter significado científico se respeitarmos a santidade e o caráter sagrado que está inerente as coisas que compartilham a existência conosco. O espetáculo necessita da plateia e a plateia não existe sem o espetáculo, talvez as gotas de chuva me dão mesmo um significado maior para aceitar as mudanças desse universo dinâmico que as transformam para me dar um motivo para olhar para o céu.

Tesla da escrita
Enviado por Tesla da escrita em 18/03/2013
Código do texto: T4194445
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