MORTE: Paradoxos
Como pretendem que acreditemos na democracia (povo no poder)?
Justamente porque são consequentes: acreditai, já que não existe.
Não existe?
Prefiro acreditar naquilo que sei ser existente, embora não perfeitamente realizado, como é a minha morte...
(É realidade que pouco e pouco está a ser feita, inexorável, hora trás hora, minuto trás minuto...)
E por que a democracia (povo a governar) não consegue ser real nunca, nem deixam (os não "demos"... ou justamente os demos*) que alcancem alguma realidade merecedora de crédito?
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(*) Demo s. m. 1.- Génio bom ou mau que segundo o politeísmo presidia o destino de cada homem.- 2.- Génio do mal que, segundo o cristianismo, procura a perdição da humanidade.- 3.- Anjo mau, anjo caído, Satanás, Belzebu.- 4.- Pessoa amiga das trasnadas.- 5.- Pessoa turbulenta ou ruim.- 6.- Pessoa feia ou antipática.
Sinóns. Demónio, diabo, dianho, denho, perelho, trasno, rabudo.
"Andar o demo na casa": berregar, discutir, rifar: 'afastemo-nos que aí anda o demo na casa'.
"Enganar o demo": ser muito esperto.
"Não vá ser o demo": frase empregada para justificar um comportamento aparentemente desnecessário: 'não faz falta fechar a porta, aqui ninguém vai querer roubar estas cousas velhas que nada valem. Tu fecha, fecha, não vá ser o demo!'
"O demo deles ou delas": muito, demasiado.
"O demo e a mãe": abundância, multitude: 'há o demo e a mãe de gente na festa'.
"Demo!": denota estranheza, dúvida.
"Inda o demo!": o mesmo que ora o demo!
"Ir levado do demo": estar furioso, insuportável.
"Ora o demo!": indica surpresa, assombro, pasmo.
"Pintar o demo": alporiçar-se, encolariçar-se, indignar-se: 'se o chega a saber teu pai, seguro que pinta o demo'.
"Ter o demo no corpo": agir com pouco juízo; actuar de forma estranha, não própria ou habitual num indivíduo.
"Tocado do demo": indivíduo ruim.