Lágrimas de querer

E eu hoje não quero mais tanta coisa em minha vida.

Nem essa gente falsa, nem essa vida falsa, nem esses dias tristes.

Eu também não quero sorrir... Só não queria sentir. Só isso. Sentir dói e pesa, e exige tanto.

É triste ver que tudo se foi, que tudo foi destruído, que o vento levou.

Mas é assim mesmo, é necessário, é verdadeiro e único. É até bom.

Eu só não queria mais ter de passar por isso... Mas ser humana é estar fadada, ser mulher é se comprometer com o sofrimento.

É se comprometer com o enfrentamento da vida e de seus desafios.

Eu já não quero mais.

Nada! Nada disso eu quero. Nem amores, nem dores, nem rancores nem pesares.

Não quero mais nada. Eu só quero paz, silêncio, amplitude de pensamento.

Só quero sumir. Desse mundo, dessa cidade, desse corpo. Minha mente basta.

Queria apenas apreciar a vida, sorver seus melhores momentos e só.

Não queria nada disso, não pedi por isso, mas de certa forma, foi o que busquei!

Pois agora, resolva! Pois agora fique com o que buscou. Administre seu tesouro.

Eu bem que queria poder escolher, sabe... Mas escolher tudo, de tudo, não só pouca coisa, meias palavras, meias ações... Queria poder escolher tudinho mesmo!

Será que os erros seriam maiores ainda do que já são?

E, como sempre ocorreu, será que as lágrimas voltaram a secar?

Oh céus, não pode ser...

Estou virando uma boneca de cera novamente. Intacta pelo frio.

Mas quer saber? Eu também nem quero ouvir falar de calor... Vai que ele aparece e me derrete?!

Kari Vilela
Enviado por Kari Vilela em 16/03/2013
Código do texto: T4191825
Classificação de conteúdo: seguro